João Furlan

O melhor método para transformar Palpites em Mentoria

Você já ouviu dizer que ‘se conselho fosse bom, a gente vendia?’ E mesmo assim, muita gente precisa de ajuda para resolver algum desafio, pessoal ou profissional. 
Nesse artigo você vai entender como alguém mais experiente pode orientar quem precisa desse tipo de ajuda, sem cair no erro de distribuir conselhos e se tornar apenas mais um palpiteiro, cheio de opinião. Existem diversos tipos de mentoria que são aplicadas através de um método prático e objetivo, que estruturam a transferência de conhecimento e direcionamento entre mentor e mentorado.
Quantas vezes nos últimos 12 meses alguém procurou você solicitando seu conhecimento para solucionar alguma questão difícil? 
Se sua resposta foi ‘algumas’ ou ‘diversas vezes’, parabéns! Você tem muito potencial para ser um(a) grande mentor(a). No entanto, ser requisitado não é o suficiente. Para se tornar um mentor, você precisa desenvolver habilidades e conhecimentos específicos que o ajudarão a transferir sua vivência a outra pessoa com menor expertise na sua área específica de atuação. 
No seu caso, você já tem a pedra bruta, agora imagine turbinar esse seu potencial de transferência com métodos e ferramentas mais eficientes, deixando de “contar casos” ou dar “palpites” em que a pessoa poderia se desenvolver, para ampliar em diversos aspectos o nível de aprendizagem experiencial possível junto a esta pessoa que o procurou de forma estruturada?
Por outro lado, se sua resposta foi ‘não’, te convido a primeiro refletir quais seriam suas áreas de experiências mais avançadas - você seria apto a agregar valor a outras pessoas nestas determinadas áreas? 
Utilize o modelo abaixo e veja se você se enquadra no nível Expert ou Mestre em um determinado assunto, que pode até mesmo ser de cunho pessoal, como gastronomia, fotografia ou marcenaria — possivelmente você tem um avô ou avó que foi seu mentor ou mentora, ensinando-lhe a cozinhar ou a andar de carrinho de rolemã, por exemplo. 
Vale a pena refletir quais são suas áreas de conhecimento mais avançadas, ou seja, aquelas em que, segundo o modelo de Dreyfus, você precisa de menos regras e consegue inovar mais. 

Qualquer um pode ser mentor?

Na verdade, a resposta é não. Mentoria sempre será realizada por uma pessoa que detém maior conhecimento, aliás, mais do que isso, reconhecimento e autoridade em uma determinada área de conhecimento, como programação em Python, Modelagem de Negócios Digitais,, Crescimento de Carreira, Gestão de Pessoas, Logística Marítima, Processos Trabalhistas, Imposto de Renda e assim por diante. 
O mais relevante no caso é que o mentor está passando de um nível de expert para o de mestre, ou seja, não apenas tem o domínio de um assunto, mas também tem a intenção e habilidades para transmiti-lo a outras pessoas. 
Uma das ferramentas do Método da escola de Mentores Rocket é o Canvas do Mentor, que você pode utilizar para estruturar o seu conhecimento.

Tipos de mentoria

  • Mentoria formal X informal: A mentoria formal é realizada por meio de programas estruturados, em geral amparados por uma organização, enquanto as parcerias de mentoria informal são estabelecidas de forma espontânea entre indivíduos. 
  • Mentoria profissional: Em geral, envolve um relacionamento entre duas pessoas, sendo que uma é mais experiente em áreas relevantes para as necessidades de desenvolvimento da outra pessoa, menos experiente. Existe uma relação profissional, ou seja, o mentee contrata o mentor para obter sua dedicação, foco, tempo e networking para alcançar seus objetivos de forma estruturada.  
  • Mentoria em grupo: Permite que várias pessoas de um grupo ou equipe estabeleçam objetivos de aprendizagem mútuos e aprendam com as experiências e conhecimentos uns dos outros, sendo simultaneamente orientadas com base na expertise de um mentor ou mentores. 
  • Mentoria entre pares: Envolve o compartilhamento de conhecimento e uma relação de apoio entre pessoas no mesmo nível ou estágio de carreira. Tem o objetivo de apoiar colegas em seu desenvolvimento e crescimento profissional, facilitando a aprendizagem mútua, parceria e colaboração. 
  • Mentoria líder x liderado (líder-mentor): É o mesmo da mentoria entre pares, porém existe uma relação hierárquica envolvida diretamente. Nestes casos, a mentoria muitas vezes toma uma forma de check-ins, em que acompanha-se temas ligados à rotina do membro do time e orientações ou tomada de decisão para que ele possa alcançar seus resultados. Se bem feita, segue a agenda do “mentee” e não do líder-mentor, tirando suas dúvidas tanto sobre sua função, tarefas, objetivos, política organizacional quanto de sua própria carreira.  
  • Mentoria reversa: Ocorre quando uma pessoa mais jovem e menos experiente orienta uma pessoa mais velha (em termos de idade, experiência ou posição) em uma habilidade específica, por exemplo, na área de tecnologia e computação, ou ainda em questões de gênero e diversidade. Aqui o segredo é criar e manter uma atitude aberta e dissolver barreiras de status, poder e posição. 
  • Mentoria relâmpago (flash mentoring): Permite que o mentee se apoie em um mentor uma única vez, em vez do relacionamento longo de meses, para obter informação mais rapidamente e atingir um objetivo de curto prazo ou concluir uma tarefa específica. Focada na eficiência do tempo e na conveniência de obter conhecimento em uma rede, essa modalidade é muito menos formal do que a mentoria tradicional. Assim, é possível aprender com várias pessoas experientes em diversos assuntos, sem o compromisso de longo prazo. Bastante apreciada pelas novas gerações e no meio de start ups.

Mentoria pode ser paga?

O caso Uber e Blablacar x novo modelo de mentoring Profissional.
Este é um ponto muito questionado por algumas pessoas. Houve um tempo em que caronas eram somente gratuitas. Você ficava lá, aguardando alguém passar e ter a boa vontade de te levar até onde o motorista estava indo. Depois você levantava novamente o dedo e pedia outra carona, até chegar ao seu destino. Isso ainda pode ser feito - e tem grande valor - porém, pode ser feito de uma forma mais eficiente. 
E se a pessoa que te desse a carona pudesse te levar, imagine só, diretamente a seu destino? E se adicionarmos um incentivo a esse processo?
Foi baseado na percepção de valor que havia nesta relação que a Uber surgiu, bem como o Blablacar (app Francês com foco em viagens entre cidades). Inicialmente era fielmente focada em pagar pessoas que teriam tempo disponível para dar “caronas” dentro do caminho que já faziam. Como incentivo, o passageiro pagaria uma taxa que ajuda a “rachar” o valor desta viagem. 
No entanto, houve uma evolução natural, cada vez mais gente queria viajar neste formato mais colaborativo, tanto que estas duas companhias ganharam o mundo todo oferecendo seus serviços. Estas empresas então começaram a treinar os motoristas, aprimorar seus apps, para que oferecessem cada vez mais valor àqueles que estavam viajando. 
Mas as caronas continuam podendo ser gratuitas. Só não espere que a pessoa deixe você exatamente em seu local de destino. 
E esta é uma boa analogia para explicar a grande diferença entre o Mentor Profissional e o que eu chamo de um simples Pitaqueiro, ou Palpiteiro. 

O Mentor x Palpiteiro

Você pode sempre ter alguém que lhe ofereça uma mentoria gratuita. Vocês vão realizar, sem nenhuma estrutura, um bate-papo, em que a pessoa irá dar sua opinião, muitas vezes sem grande foco em compreender o contexto em que vive, ou do que você pode fazer naquela situação. 
Isso tem sim grande valor. É baseado na experiência enorme de um profissional que você admira — mas isso não é mentoria. Mentoria é focada no desenvolvimento de habilidades e conhecimento. Envolve um processo de aprendizagem. 
A opinião ou recomendação de uma pessoa com maior maestria em um determinado assunto é chamada de Orientação, ou Advisory. É isso que um médico ou um advogado compartilham sobre um determinado assunto, quando esporadicamente o encontram.
Isso também tem valor. Você também pode pagar por isso, ou pode ser gratuito, como o chá de boldo que sua tia diz para você tomar quando tem dor de barriga. Mas novamente, não é um processo voltado para que você “aprenda qual o melhor remédio tomar de acordo com os sintomas”, mas sim para que você passivamente siga as instruções e obtenha o resultado esperado. São coisas diferentes. 

Então qual seria o melhor “Método” para ser um bom mentor?

A Escola de Mentores ROCKET desenvolveu um Método para estruturar o processo de Mentoria. Trata-se de um framework prático com um passo-a-passo e ferramentas exclusivas que ajudam o Mentor a aplicar técnicas ágeis, de gestão e liderança às suas sessões de Mentoria.

Com cursos online, que vão do básico ao avançado, a ROCKET está ajudando especialistas de todo o mundo a se tornarem Mentores profissionais, capacitados a elevarem seus mentorados ao mais alto nível de aprendizagem e resultados.  

Na Rocket temos 33 práticas e mais de 30 ferramentas que empoderam nossos alunos a serem “Mentores de verdade”, que baseiam-se na Andragogia (como adultos aprendem), Design Thinking, Método Ágil, Gestão de OKRs e tantos outros fundamentos que podem levar um mentor a efetivamente ser um profissional, um mestre ou um líder melhor. 

Nosso objetivo com o Método ROCKET é formar Mentores que de fato consegue utilizar seu conhecimento com o propósito de apoiar a qualificação, o aprimoramento das pessoas que querem seguir seus passos e que formam uma nova geração de experts capazes de levarem as pessoas, suas organizações e a sociedade cada vez mais longe! 
 
Espero encontrar com você na sua jornada para se tornar um Mentor ou Mentora e aprender com toda a sua competência e vivência únicas, que só você tem, obtidas ao longo de sua carreira, superando muitos obstáculos e desafios, que hoje fazem de você um expert a ser admirado e seguido por outros. 
Criado com